quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Velhos Guerreiros


Não venho falar das BOTAS agoirentas que um dia nos pés lhes enfiaram .
Não venho falar da farda CASTRADORA-MENTE imposta. Nem da bandeira que foi usada por uma política assassina de JUVENTUDES de TODA… uma geração.
Não vou falar das lágrimas das mães que um dia fizeram promessas à virgem pelo filho que pariram. Nem tão pouco recordar o SILÊNCIO das rugas vincadas nas caras dos PAIS que viram o seu rapaz partir para a guerra.
Não vou tocar na lembrança das mulheres grávidas que num abraço TEMEROSO despediram-se do seu HOMEM com um beijo eterno… sabendo que podia ser o último.
Do filho que foi privado de conhecer o PAI no tempo certo…???
Também não vou falar…
E porque sei que na vossa memória ficou cravada a ferros o camarada que não voltou… Eu não preciso recordar.
Escusado será falar da traição dos COLARINHOS BRANCOS… que toda uma geração utilizou e hoje…
São os primeiros a mandar os VELHOS GUERREIROS para um esquecimento que lhes dá tanto jeito…
Porque sou atrevida venho perguntar com todo o respeito.
Porque raios carregam culpas e fantasmas que não são vossos???
Que culpa vocês têm das decisões estrategicamente erradas dos COLARINHOS BRANCOS???
A escolha não foi vossa…
Essas culpas não são vocês que têm de carregar.
Esses fantasmas não pertencem ao vosso descansar.
Não façam a  vontade duas vezes a quem um dia estraçalhou um mar de vidas.
Não fiquem nesse marcar passo anulativo.
Venham para a minha beira… AMBOS SOMOS POVO.
Que DESTA VEZ BEM ALTO, se ergue a bandeira DAS NOSSAS RAZÕES.
VELHOS GUERREIROS… o orgulho da RAÇA de sermos POVO ainda está VIVO.
Eu sei disso…
Tragam a PUJANÇA da GARRA e da GANA.
E numa EMBOSCADA surpreendentemente inteligente VAMOS CERRAR FILEIRAS.
Vamos guerrear dignamente e com justiça…
Que dos erros nasça um PAIS NOVO.
                <<Autoria de Elisabete Luís, publicado em O Veterano de Guerra>>                    

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