quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Cervejaria Portugália




Dos muitos locais  que então frequentava-mos, quero fazer uma referência especial à Cervejaria Portugália, que era uma espécie de ponto de encontro de tudo o que era tropa em Luanda. Quer se tratasse de militares aquartelados na periferia da cidade, quer se tratasse de pessoal em gozo de férias, em trânsito, ou em consulta externa no Hospital Militar, todos passavam pela esplanada da Portugália, que ficava debaixo de três frondosas árvores, numa espécie de ilha, na baixa da cidade. Costumava mesmo dizer-se, a brincar, que a Portugália era a 5ª Repartição do Quartel General (note-se que o Q.G. tinha quatro repartições) e a 4ª. era afecta aos Transportes. O local era também muito frequentado por cauteleiros, também apelidados de candongueiros cujo negócio era, principalmente, o mercado negro de câmbio de escudos por angolares. Era uma transacção boa para ambas as partes, já que nós cambiávamos os escudos a um câmbio bem mais favorável do que ao balcão dos bancos, (davam-nos entre 10/15%) , e eles revendiam-nos com boa margem de lucro, dada a quase impossibilidade de transferir a moeda angolana para fora do território. Quase em frente  e situada num 1º andar com vista para a Portugália havia a Paris Versalhes local onde se juntavam também bastantes militares, quem se lembra? 



Largo da Cervejaria Portugália

2 comentários:

  1. Claro que me lembro da Portugália. Ainda lá bebi umas coisas embora não fossem muitas porque o rendimento não dava. Mas enfim, são recordações de lugares e de momentos que não se repetem jamais nas nossas vidas, não há retrocesso. E p`rà frente é que é o caminho amigo. Vai-se aproximando o tempo de dar-mos lugar a quem de direito, pois já outros antes de nos deixaram espaço para nós. Vamos recordando, nós, os privilegiados, pois que alguns também já partiram. Enfim, é a vida.
    um abraço e cumprimentos aos teus.
    de
    Manuel Quintas

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  2. Olá amigo Quintas,
    É natural que todos que por lá passaram se lembrem desse emblemático lugar, de admirar seria o contrário. Era o principal poiso dos tropas para convívio e como dizes, sempre que as finanças o permitiam, afogávamos as nossas magoas com umas "CUCAS", eu preferia a "NOCAL". Eh pá... mas o que é isso de termos que dar o nosso lugar aos outros? Ao contrário do medo da velhice, temos que usufruir das vantagens que ela nos traz, como por exemplo: a tranqüilidade da missão cumprida, a sabedoria adquirida ao longo dos anos e o alívio das responsabilidades de criar e educar, alias, só temos duas opções: morrer novos ou envelhecer. Amigo Quintas, para ti e todos os teus, tudo o que desejares. Um abraço de amizade deste teu amigo, Sá Ferreira

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